17 de jun. de 2008

Uma crônica Rui Bloem


Àqueles de sensibilidade

daniel marcolino


Hoje tivemos na E.E. Rui Bloem um processo de explosão política. Os atores se movimentavam com uma leveza de bailarino de conservatório, pulverizando falas e compreensões dentre aqueles que não estavam entendendo o que se passava. Reuniram-se em frente a escola às 6 e pouco da manhã para agilizar e pensar estratégias de ação para a adesão à greve dos professores. Estes, mais assustados e calejados pela maturidade dos tempos que necessariamente passam, freqüentemente congelando as possibilidades do pensamento, foram espectadores a aprender com jovens que queriam ensaiar a sua existência e, por isso, saltavam no meio da cena. Houve quem falasse em excessos e até nisso ou naquilo. Mas do cajado que tremia nas mãos envelhecidas não se ouvia o ecoar de vozes dissonantes, mas no fim, compondo um amálgama cujo desenho impressionava. Suas bordas eram de fio de um tipo de ouro indecifrável, visto que luzia magicamente no sol frio da manhã; suas cores tonteavam loucamente a todos como as de um quadro de Munch, como um grito de Munch, misturando-se à atmosfera, que de densa, passava a um conforto e à visualização de um contorno hábil de quase uma obra-prima. O tempo já citado, sabemos, decanta as coisas e outras tritura com impiedade. Do que será que ele cuidará de tudo que houve nesse dia de um junho qualquer na vida tão jovem de tantos?

E o que dizer se.

2 comentários:

a dani disse...

marcolinovski, tuas palavras me encantam a chegar tombar lágrimas do olho esquerdo. a coisa aqui, em osasco, tá preta; mas a gente vai levando, vai levando. amanhã teremos uma reunião na escola e há de ser outro dia.

beijos calorosos,

Filosofia na Escola Pública disse...

a gente vai levando...até quando?...a gente vai levando esssa vida...até quando?
delicada e gentil dani.
abraços fraternos do chará,
daniel