
"Ouvida a resposta do oráculo, refleti deste modo: 'O que esconde o enigma? (...) Que quer dizer o deus quando quando diz que sou o mais sábio dos homens? Certamente não mente, ele que não pode mentir.' E por longo tempo permaneci neste incerteza, sem saber o que queria o deus dizer. Finalmente, contra a minha vontade pus-me a fazer pesquisas a esse respeito. Dirigi-me a um daqueles que têm fama de serem sábios, pensando que apenas assim poderia desmentir o oráculo e responder e responder ao vaticínio: 'Eis, este é mais sábio que eu e dissestes que era eu'. Mas enquanto estava examinando a este - o nome não é preciso que eu vos diga, ó Atenienses; basta dizer que era um de nossos homens políticos, este com quem examinando e racionando justamente, fiz a experiência que estou para relatar-vos - e, segundo me pareceu, este bravo homem tinha o ar de sábio aos olhos de muitos outros e particularmente de si mesmo, mas que realmente não o fosse. Tentei então fazâ-lo compreeender que acreditava ser sábio, mas que não o era. E então, a partir daquele momento, não apenas passou a me odiar como muitos daqueles que estavam presentes. E, retirando-me, concluí comigo mesmo que era mais sábio que aquele homem, neste sentido, que nós ambos podíamos não saber nada de bom, nem de belo, mas aquele acreditava saber e não sabia eu contrariamente, como não sabia, também não acredita saber e pareceu-me que pelo menos, numa pequena coisa, fosse mais sábio que ele, isto é, porque não sei, nem mesmo creio sabê-lo. E então procurei um outro, entre aqueles que tinham fama de serem mais sábios que aqueles e aconteceu-me precisamente o mesmo e ainda este me votou ódio, bem como juitos outros"
(...)
PLATÃO. Apologia de Sócrates. Tradução de Márcio Pugliesi e Edson Bini. São Paulo: Editora: Hemus, 1981.

“Por toda parte eu vou persuadindo a todos, jovens e velhos, a não se preocuparem exclusivamente, e nem tão ardentemente, com o corpo e com as riquezas, como devem preocupar-se com a alma, para que ela seja quanto possível melhor, e vou dizendo que a virtude não nasce da riqueza, mas da virtude vêm, aos homens, as riquezas e todos os outros bens, tanto públicos como privados.”
PLATÃO. Apologia de Sócrates. Trad. de Maria Lacerda Moura. www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 20 dez. 2007.
fonte das imagens: wikipédia
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