18 de mai. de 2008

Introdução à Ética

Platão se utiliza do personagem Sócrates (Σωκράτης [Sōkrátēs], (470 a.C.399 a.C.) para desmontar discursos; o alvo dele são aquelas pessoas que pensam saber, quando na verdade nada sabem. Ele que nada sabe, nem julga saber, parece ser mais sábio. Platão está nos ensinando que os preconceitos são cristalizados em nossas cabeças de tal forma que pensamos que são verdadeiros, mas que sobre tal e qual questão, não sabemos, na verdade, nada. Se você fosse interrogado por Sócrates, também ficaria furioso com ele como ficavam aqueles de seu tempo? Pois é, foram dois furiosos que o conderam e que, ao final, o processo levou Sócrates a tomar cicuta, um veneno que o matou. Era a pena de morte. Que pena!!! Pena maior será se você não ler o que segue abaixo, um trecho da obra Apologia de Sócrates. Apologia quer dizer 'defesa', mas com uma certa diferença. Perguntem-me em sala de aula, que eu explico.



"Ouvida a resposta do oráculo, refleti deste modo: 'O que esconde o enigma? (...) Que quer dizer o deus quando quando diz que sou o mais sábio dos homens? Certamente não mente, ele que não pode mentir.' E por longo tempo permaneci neste incerteza, sem saber o que queria o deus dizer. Finalmente, contra a minha vontade pus-me a fazer pesquisas a esse respeito. Dirigi-me a um daqueles que têm fama de serem sábios, pensando que apenas assim poderia desmentir o oráculo e responder e responder ao vaticínio: 'Eis, este é mais sábio que eu e dissestes que era eu'. Mas enquanto estava examinando a este - o nome não é preciso que eu vos diga, ó Atenienses; basta dizer que era um de nossos homens políticos, este com quem examinando e racionando justamente, fiz a experiência que estou para relatar-vos - e, segundo me pareceu, este bravo homem tinha o ar de sábio aos olhos de muitos outros e particularmente de si mesmo, mas que realmente não o fosse. Tentei então fazâ-lo compreeender que acreditava ser sábio, mas que não o era. E então, a partir daquele momento, não apenas passou a me odiar como muitos daqueles que estavam presentes. E, retirando-me, concluí comigo mesmo que era mais sábio que aquele homem, neste sentido, que nós ambos podíamos não saber nada de bom, nem de belo, mas aquele acreditava saber e não sabia eu contrariamente, como não sabia, também não acredita saber e pareceu-me que pelo menos, numa pequena coisa, fosse mais sábio que ele, isto é, porque não sei, nem mesmo creio sabê-lo. E então procurei um outro, entre aqueles que tinham fama de serem mais sábios que aqueles e aconteceu-me precisamente o mesmo e ainda este me votou ódio, bem como juitos outros"



(...)




PLATÃO. Apologia de Sócrates. Tradução de Márcio Pugliesi e Edson Bini. São Paulo: Editora: Hemus, 1981.




“Por toda parte eu vou persuadindo a todos, jovens e velhos, a não se preocuparem exclusivamente, e nem tão ardentemente, com o corpo e com as riquezas, como devem preocupar-se com a alma, para que ela seja quanto possível melhor, e vou dizendo que a virtude não nasce da riqueza, mas da virtude vêm, aos homens, as riquezas e todos os outros bens, tanto públicos como privados.”


PLATÃO. Apologia de Sócrates. Trad. de Maria Lacerda Moura. www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 20 dez. 2007.

fonte das imagens: wikipédia
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