25 de mai. de 2008

O Homem do Absurdo





Para entrar no céu todo ser humano, brasileiro ou não, deve ler pelo menos dois livros de Albert Camus (Argélia, África). Indico O Estrangeiro e O Mito de Sísifo, que nos satisfazem duplamente, tanto no que diz respeito ao interesse literário, quanto filosófico, aliás, um terceiro aspecto (quarto também etc.) que é o estético. Seus textos são de matar a gente por dentro, deixando-nos à deriva com os personagens, sua crueza, honestidade. Uma obrigação.






No livro O Mito de Sísifo Albert Camus defende que a questão central da filosofia é que o ser humano tem que decidir se deve continuar vivo ou abreviar a vida, cometendo suicídio. Com isso alguns diriam que ele radicaliza, pois só a Deus caberia tirar aquilo que ele concedeu. Diriam ainda que se trata de pessimismo. Mas, vamos com calma. Para ele somos sempre estrangeiros sem pátria e diz: "(...) não existe pátria para quem desespera e, quanto a mim, sei que o mar me precede e me segue, e minha loucura está sempre pronta. Aqueles que se amam e são separados podem viver sua dor, mas isso não é desespero: eles sabem que o amor existe. Eis porque sofro, de olhos secos, este exílio. Espero ainda. Um dia chega, enfim." Contudo, aquele que decide continuar vivo é porque estaria mais ou menos consciente da responsabilidade de viver e não transferiria a uma entidade exterior. Sendo assim, daquele que se mata poderíamos pensar que amava tanto a vida que não admitia vivê-la com as limitações de suas condições sociais ou históricas. É isso. Por enquanto ficamos com essas palavras sobre nosso admirado escritor argelino.
(A citação consta na Revista: Ciência & Vida. Filosofia. AnoII, nº21. São Paulo; ed. escala, acrescido de comentários de Daniel Marcolino)


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